quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Voltando a estrada de areia

Segui adiante, pois não poderia faltar muito, e sim era verdade mal andei um pouco sem perceber cheguei ao meu bairro eram 6 horas da tarde, estava tudo igual realmente como havia dito a Sra. Tavares, não tinha ninguém na rua às maiorias das lojas estavam fechadas em luto pelo o que havia acontecido, pensei comigo mesmo, onde eu moro isso nunca aconteceria por um momento me senti bem, em casa.

Fui em direção à casa da Maria, quase chegando lá, percebo uma casa antiga lá no fundo muito grande, eu me lembrava de brincar sozinho por ali, pensei alto “era bom mesmo” eu tinha me esquecido como aquele bairro era lindo cercado de árvores e flores, só tinha pequenas casas naquela rua, lá no final ficava a minha, mas antes tinha que me encontrar com a Maria, ia tocar no sino (que era a campainha), mas ouvi um som de correntes e me lembrei do balanço que ficava atrás da casa, fui até ele, havia um garoto sentado nele, devia ter uns 10 anos, ao me olhar ele sorriu e veio me abraçar, e me contar como estava feliz em me ver, eu nem me lembrava quem ele era então perguntei:

- Desculpa nos conhecemos? Ele respondeu:

- Leon tu não se lembras de min, fui seu melhor amigo quando você morava aqui, brincávamos juntos.

Não podia ser verdade pois pelos meus cálculos ele devia ter uns 5 ou 4 anos de idade quando eu vivia nesta cidade, mas a felicidade do garoto era tão radiante que não queria retrucar, alias era uma criança, talvez nem sabia realmente do que estava falando, ou me confudindo com outra pessoa. Despedi-me dele e disse que era possível que nos veríamos de novo, ele balanço a cabeça concordando, me virei e bati no batente da porta, ouvi mais uma vez o balanço, mas desta vez não havia ninguém nele, só o movimento dele sozinho, conclui que o garoto devia ter ido pra casa.

Toquei na campainha da Maria (que era um sino) ela me atendeu sorridente por me ver, mas sua expressão já mudou pela situação que estava acontecendo, a casa dela tinha um cheiro a rosas, as mobílias eram antigas até a televisão era aquela versão em preto em branco, me senti em um seriado dos anos 70, ela me recebeu já com um café à tarde, mesmo naquele horário com direito, a bolinho, café, suco e mais algumas coisas que não percebi, pois, de imediato já perguntei o que tinha acontecido, ela me olhou fixamente e respondeu:

- Eu estava saindo da cidade pra ir encontra minha neta no caminho (me recordei de sua neta, linda olhos cor de mel, depois de um momento me lembrei de seu nome bárbara) foi quando eu vi que a ponte estava interditada, me encontrei com o xerife ela me contou que seus pais estavam indo te visitar e no momento que eles estavam atravessando a ponta, ela desabou, essa ponte já devia ter sido reconstruída há muito tempo, mas tu sabes com as pessoas aqui gostam da tradição e manter a história da cidade e nunca a reformaram, mas como eu lhe falei ao telefone seu pai infelizmente não aguento (ela parou por um momento e puxo um lenço do bolso e assou o nariz com lagrimas nos olhos), mas sua mãe se encontra em coma na área hospitalar aqui da cidade, amanhã já é o enterro do seu pai e depois podemos ir visitar sua mãe, mas você deve estar cansado lhe preparei uma cama e podes tomar um banho.

Eu agradeci ela pela gratidão, mas disse que queria ir pra casa, abracei ela fortemente (ela se assustou, pois não imagino essa minha reação, muito menos eu, mas foi bom) e disse que passaria aqui amanhã para irmos ao enterro e assim segui o rumo até minha casa.

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